Publicado em: 10 de julho de 2018
Reclamações disciplinares foram protocoladas após imbróglio envolvendo o pedido de soltura do ex-presidente Lula
O corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, decidiu nesta terça-feira 10 instaurar os dez pedidos preliminares de investigação que chegaram ao Conselho Nacional de Justiça contra os desembargadores Rogério Favreto e João Pedro Gebran Neto , ambos do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e o juiz federal Sergio Moro, da primeira instância da Lava Jato em Curitiba.
As reclamações disciplinares foram protocoladas na segunda-feira após as decisões conflitantes do TRF4 e de Moro no último fim de semana sobre a concessão de liberdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o CNJ, as oito reclamações que chegaram contra Favreto e duas contra Moro serão apensadas em uma investigação mais ampla sobre o caso. O trabalho de apuração terá início imediato, segundo o conselho. Da análise das decisões, pode ser aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra os magistrados, que, por sua vez, pode culminar em punição, desde advertência até aposentadoria compulsória.
Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de abril, por determinação do TRF4, após ter sido condenado por Moro e pelo tribunal a doze anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex em Guarujá (SP). A prisão foi executada com base na decisão do Supremo Tribunal Federal que autorizou prisões após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça.
No domingo 8, o desembargador Rogério Favreto atendeu a um pedido de liberdade feito por deputados do PT em favor de Lula. Em seguida, Moro e Gebran Neto, relator do caso no TRF4, determinaram que a decisão não fosse cumprida por entenderem que o magistrado não tinha competência para decidir a questão. Diante da insistência de Favreto, que emitiu nova decisão para reiterar que sua determinação fosse cumprida, o presidente do tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores, interveio para dar razão a Gebran Neto.
No final do imbróglio, que durou o dia todo, Lula continuou preso.
Por Agência Brasil