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Em Feira de Santana, mulheres vão às ruas na 2ª Caminhada em Combate à violência contra a Mulher 


- Crédito da Foto: Ed Santos/Acorda Cidade - Publicado em: 24 de março de 2024


 

Apesar das dores, elas exalaram confiança, força, garra e muita resistência para continuar lutando nessa sociedade patriarcal.

 

A 2ª Caminhada em Combate à violência contra a Mulher, realizada pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Feira de Santana (Deam-Feira) na manhã de domingo (24), mobilizou centenas de pessoas nas ruas para cobrar o fim da violência de gênero. Saindo da unidade, localizada na avenida Maria Quitéria, elas marcharam em direção ao Shopping Boulevard para reafirmar o respeito e o direito à vida que todas as mulheres devem ter. Apesar do alto índice de feminicídios, elas exalaram confiança, força, garra e muita resistência para continuar lutando nessa sociedade patriarcal e machista.

Não teve sol forte que impedisse o grande número de pessoas. Organizações, empresas, instituições, políticos, entre mulheres, homens, crianças, jovens, idosas, que prestigiaram a ação. Grupos também se organizaram cobrar justiça por feminicídios que ocorrem na região.

A delegada da Deam, Clécia Vasconcelos, falou sobre a dimensão da caminhada que, além de trabalhar a educação, aproximando a discussão da sociedade, promove a arrecadação de alimentos para ajudar mulheres em situação de violência em Feira de Santana.

“Primeiro, lançar essa conscientização porque esse povo precisa estar na rua dizendo não à violência contra a mulher. Segundo, é a partir da troca da camisa que acolhemos alimentos, fazemos cestas básicas e na delegacia, quando chega uma mulher em situação de vulnerabilidade, passando necessidades, nós entregamos essa cesta básica”.

Durante todo o ano, a Deam realiza o Varal Solidário, onde as pessoas doam roupas também para as mulheres que chegam precisando de apoio na delegacia. Muitas delas chegam à unidade somente com a roupa do corpo e temem em retornar para casa. Por isso, o acolhimento tem sido fundamental neste momento.

Em uma cidade com alto índice de violência contra a mulher, a delegada ressalta a importância da rede de proteção criada que tenta minimizar e prevenir o avanço de mais estatísticas negativas. Entre agressões e ameaças, muitas delas já perderam a vida, como o caso de Geisa de Assunção Santiago, de 42, morta pelo esposo na última quinta-feira (21).

“Temos uma rede de proteção à mulher muito atuante. Todos os itens que compõem a rede e aqui na Deam, a gente já tenta prestar a ela um atendimento psicológico, assistencial”. Nesta caminhada, Clécia salientou a participação da sociedade civil e das instituições como agentes essenciais para promover mudanças positivas.

“Uma comissão foi criada, chamamos a OAB, as faculdades, os movimentos sociais, as pessoas de boa vontade e o resultado é esse. Os participantes contribuíram com frutas, energético, água, a produção das camisas, o trio elétrico, as cantoras, as divulgações de todas as formas, é um movimento de toda a sociedade e eu aproveito para agradecer aos comerciantes, aos empresários, aos políticos que chegaram juntos nessa causa”, destacou Clécia Vasconcelos.