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Filha de Temer “vive uma situação angustiante”, diz defesa


Publicado em: 27 de abril de 2018


 

Suspeita é que a reforma na residência de Maristela Temer, que custou em torno de R$ 1 milhão, teria sido supostamente bancada com propina da JBS

Por Fábio Serapião e Fausto Macedo, do Estadão Conteúdo

O advogado Fernando Castelo Branco disse nesta sexta-feira, 27, que Maristela Temer está disposta a prestar “todos os esclarecimentos” à Polícia Federal.

Ela deverá depor no próximo dia 2, em São Paulo ou em Brasília – local ainda a ser definido -, no âmbito do inquérito que investiga o presidente e suas relações com o coronel João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, que chegou a ser preso, em março, na Operação Skala. A PF intimou a filha do presidente a depor.

“Maristela vive uma situação angustiante”, protesta Castelo Branco. “Ela não se opõe a depor, de forma alguma, por isso nesse momento em que a autoridade policial manifestou interesse de ouvi-la é um alívio para ela.”

A PF quer ouvir Maristela especificamente sobre uma reforma em sua residência, em São Paulo. A suspeita é que a obra, em torno de R$ 1 milhão, teria sido bancada com propina supostamente recebida pelo coronel Lima da JBS.

Nesta quinta-feira, 26, a Polícia Federal pediu ao ministro Luís Roberto Barroso mais 60 dias para tocar o inquérito do Decreto dos Portos, que mira Temer.

Nesta sexta-feira, 27, Temer se disse vítima de uma “perseguição criminosa disfarçada de investigação”.

“O nome de Maristela aparece nos jornais reiteradamente, isso é angustiante para ela”, disse Castelo Branco, do Castelo Branco Advogados Associados. “Ela quer expor os fatos e contribuir com essa investigação.”

O advogado já foi contatado por um policial federal, que abriu a possibilidade de que a audiência seja realizada em São Paulo ou em

Brasília. Em São Paulo, o depoimento poderá ocorrer no Aeroporto de Congonhas.

“Maristela vai comparecer na data aprazada e contar efetivamente o que aconteceu”, disse Fernando Castelo Branco.

Por Fábio Serapião e Fausto Macedo, Estadão