Bahia, 11 de dezembro de 2024 às 09:50 - Escolha o idioma:

Israel quer responder ataque, Irã vê assunto encerrado e comunidade internacional tenta evitar escalada do conflito: o que vem por aí


- Crédito da Foto: Amir Cohen - Reuters - Publicado em: 15 de abril de 2024


Escalada na crise começou no dia 1º de abril, após Israel bombardear o consulado do Irã em Damasco, na Síria. Em resposta, mísseis e drones foram lançados contra o território israelense, no sábado (13).

 

Entenda a linha do tempo da escalada de tensões entre Irã e Israel

Após o Irã ter lançado um ataque inédito contra Israel, na noite de sábado (13), o governo israelense defende um contra-ataque. Enquanto isso, a comunidade internacional tenta evitar uma escalada no conflito. Já os iranianos consideram que o ataque foi uma resposta a um bombardeio israelense e veem o assunto como encerrado.

  • O Irã afirmou que puniu Israel por um bombardeio à embaixada iraniana em Damasco, na Síria, em 1º de abril. Um membro importante da Guarda Revolucionária do Irã e outras seis pessoas morreram no ataque.

Entenda o conflito nesta reportagem, a partir dos tópicos abaixo:

Como foi o ataque e como repercutiu

️ Resposta: A retaliação iraniana foi enviada a Israel na noite sábado, com o lançamento de mais de 300 mísseis e drones contra o país.

  • De acordo com as Forças de Defesa de Israel, 99% do ataque iraniano foi interceptado.
  • No entanto, alguns mísseis furaram a proteção israelense e caíram no território.
  • Uma criança de 10 anos ficou gravemente ferida no ataque.
  • O Irã disse que avisou países vizinhos sobre o ataque 72 horas antes do lançamentodos mísseis.

▶️ Reação de Israel: O governo de Israel se reuniu pouco depois do ataque. Uma nova reunião foi feita no domingo (14), no Gabinete de Guerra.

  • Israel defende responder o ataque do Irã.
  • Benny Gantz, membro do Gabinete de Guerra, afirmou que o Irã pagará na hora certa.
  • “Construiremos uma coalizão regional e cobraremos o preço do Irã da maneira e no momento certo para nós”, afirmou Gantz em comunicado oficial.
  • O Irã avisou que pode lançar uma ofensiva ainda maior caso Israel faça um contra-ataque.
  • O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, também afirmou que o ataque contra Israel foi de “defesa legítima”. Com a operação, o assunto foi visto como encerrado pelo país.

▶️ Sem apoio: O presidente Joe Biden deixou claro ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que os Estados Unidos não vão apoiar um possível contra-ataque.

  • Biden conversou com Netanyahu por telefone poucas horas depois do ataque.
  • Em um comunicado oficial, Biden chamou o ataque do Irã de “descarado” e elogiou a capacidade de defesa de Israel.
  • No entanto, nos bastidores, o presidente norte-americano afirmou que os Estados Unidos não participarão de eventual contra-ataque israelense.
  • As informações foram confirmadas por uma autoridade da Casa Branca à agência Reuters.
  • O Irã avisou que poderá bombardear bases norte-americanas se os Estados Unidos apoiarem Israel em uma contraofensiva.

▶️ G7 condena ataque: Os líderes do grupo dos sete países mais industrializados do mundo condenaram o ataque e disseram que trabalhariam para tentar estabilizar a situação no Oriente Médio.

  • Uma reunião virtual foi agendada pela Itália, que está na presidência rotativa do grupo, no domingo.
  • Após a reunião, os líderes publicaram uma declaração demonstrando preocupação com uma possível escalada de tensões na região.
  • Além disso, o G7 pediu cessar-fogo imediato em Gaza.

▶️ ONUOutra reunião marcada para o domingo foi a do Conselho de Segurança nas Nações Unidas, em caráter de urgência.

  • O representante de Israel pediu para que o órgão aplique “todas as sanções” contra o Irã.
  • O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, afirmou que o Irã não é diferente do regime nazista e comparou o líder supremo iraniano a Hitler.
  • Erdan também defendeu uma retaliação ao Irã e disse que Israel não é passivo diante de ameaças e ataques.
  • Já o Irã respondeu dizendo que agiu de forma legitima ao atacar o território israelense, direcionando artefatos apenas a alvos militares
  • O representante do Irã na ONU, Saeed Iravani, afirmou que o ataque havia sido notificado às Nações Unidas e que o país agiu dentro do direito internacional.
  • O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o Oriente Médio “está à beira do abismo” e que há um perigo de um conflito em larga escala.

▶️ E agora? De acordo com a professora Priscila Caneparo, especialista em direito internacional, o que se espera agora é “uma resposta um pouco mais branda de Israel”.

“Muito dificilmente a gente espera que haja uma escalada a nível regional desses conflitos, desses ataques diretos que, pela primeira vez, aconteceram entre Irã e Israel”, explicou.

Histórico

▶️ A escalada na crise começou no dia 1º de abril.

  • Naquele dia, um ataque israelense matou um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã e outras seis pessoas na Síria.
  • O bombardeio atingiu a missão diplomática do Irã em Damasco e foi conduzido por aviões militares.
  • À época, Israel evitou comentar o caso, mas fontes da Defesa israelense confirmaram a autoria do bombardeio ao jornal “The New York Times”.

▶️️ “Ação agressiva e desesperada”: Um dia depois do ataque, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e disse que Israel iria se arrepender do ataque.

  • Na mesma linha, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou que o bombardeio não ficaria sem resposta.
  • Ao Conselho de Segurança da ONU, o Irã disse que tinha o direito de revidar o ataque de Israel e pediu que o órgão fizesse uma reunião de emergência para discutir a agressão.

▶️️ Tensão: Nos dias seguintes, começaram a pipocar informações sobre a possibilidade efetiva de uma resposta do Irã. O governo dos Estados Unidos, inclusive, demonstrou preocupação diante da ameaça.

  • No dia 10 de abril, o aiatolá Ali Khamenei voltou a prometer uma resposta contra Israeldurante um discurso de encerramento do mês sagrado dos muçulmanos, o Ramadã.
  • O líder supremo do Irã disse que o regime israelense deveria ser punido.
  • Momentos depois, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, respondeu Khamenei e o marcou em uma rede social.
  • “Se o Irã lançar um ataque do próprio território, Israel vai responder e atacar o Irã“, escreveu Katz.

O dia do ataque

Na manhã de sábado (13), o Irã apreendeu um navio português e disse que a embarcação é ligada a Israel. A ação iraniana aumentou as especulações sobre a iminência de um ataque contra Israel.

▶️️ Tarde de sábado: Na expectativa de um ataque, as Forças de Defesa de Israel ordenaram a suspensão de aulas em todo o país e a restrição de aglomerações. Poucas horas depois, os militares afirmaram que o Irã havia lançado o ataque, enviando dezenas de drones para Israel.

  • Os drones não são tão rápidos quanto mísseis. Àquela altura, as autoridades sabiam que as aeronaves não tripuladas demorariam horas para chegar até Israel.

▶️️ Preparação: Enquanto o ataque não chegava em solo israelense efetivamente, diversas ações foram tomadas. Entre elas:

  • o espaço aéreo foi fechado no Iraque, Líbano e Israel;
  • Israel posicionou caças e efetivo militar para conseguir derrubar os drones antes que eles atingissem os alvos;
  • sirenes foram acionadas em algumas regiões de Israel, alertando a população sobre o ataque.

▶️️ Aproximação: No caminho até o território israelense, parte dos drones foi derrubada por equipamentos de Israel, dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França, da Arábia Saudita e da Jordânia.

  • Por volta das 19h (horário de Brasília), ainda antes de os artefatos chegarem a Israel, a missão do Irã na ONU afirmou que o ataque estava encerrado, referindo-se a ele com uma “ação legítima”.
  • “O assunto pode ser considerado encerrado. Contudo, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa“, escreveu o perfil da missão do Irã na ONU em uma rede social.
  • Além disso, o Irã confirmou que também havia lançado mísseis contra Israel. Ao todo, foram mais de 300 artefatos, entre drones e mísseis de cruzeiro e balísticos.

Por g1