O pai do motociclista de 21 anos, Pedro Kaique, que morreu atropelado pelo motorista de um Porsche, na zona sul de São Paulo, devido a uma briga de trânsito, questionou nesta segunda-feira, em entrevista ao SP 1 da TV Globo o quanto valia a vida do seu filho: “A vida vale um retrovisor?”

Pedro Kaique trabalhava com pai como auxiliar de transporte escolar e nas horas vagas realizava entregas por aplicativo. O jovem, que tinha um filho de três anos e era casado, foi atropelado pelo motorista do Porsche após quebrar o retrovisor do veículo.

“Não justifica ele ter tirado a vida do menino. A vida vale um retrovisor? Agora ele vai voltar atrás e poder trazer meu filho para dentro de casa, para dentro da família? Meu filho está lá deitado dentro do necrotério e eu não posso fazer nada”, disse Alex Figueiredo ao SP1.

Em depoimento, o acusado de atropelar o motociclista alegou que Pedro Kaique havia atravessado a frente do carro de forma abrupta após chutar e quebrar o retrovisor, e que ele teria tentado desviar para evitar a batida, mas acabou atingindo a vítima.

Apesar de negar as acusações, imagens de câmeras de segurança revelaram o momento em que o motorista do Porsche persegue o motociclista e o atropela. Após praticar o crime, o acusado ainda colidiu com uma árvore e um poste. A namorada dele, que estava no banco do passageiro sofreu ferimentos leves e foi encaminhada para um pronto-socorro.

Segundo a polícia, o motorista do Porsche não apresentou sinais de embriaguez ao passar pelo teste do bafômetro. O caso será investigado como homicídio doloso, quando há intenção de matar, e lesão corporal. O acusado irá responder ao processo em liberdade.