Bahia, 27 de julho de 2024 às 08:02 - Escolha o idioma:

MP reabre inquérito arquivado em março que apurava riscos de prédio que desabou no centro de SP


Publicado em: 1 de maio de 2018


 

Morador de prédio vizinho entrou com queixa na Promotoria; ele alega que existia uma fenda no imóvel ao lado

SÃO PAULO – A Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público de São Paulo decidiu reabrir nesta terça-feira, 1, um inquérito arquivado em março que apurava eventuais riscos de segurança no Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou na madrugada desta terça. A nota publicada pelo órgão confirma que as investigações foram reabertas devido ao desabamento do prédio.

A investigação foi arquivada em março deste ano sem chegar a nenhuma conclusão nem determinar medidas para melhorar a segurança do local.

+ Prédio que desabou foi invadido por facção criminosa, diz Doria

O inquérito civil havia sido aberto após uma representação feita ao MPE com base em informações colhidas junto à Ouvidoria Geral do Município e Prefeitura Regional da Sé em agosto de 2015.  A representação foi assinada por um morador vizinho de um prédio, Rogério Baleki. “Da minha janela, era possível ver uma fenda de 40 centímetros no prédio que desabou hoje”, disse ele ao Estado. “O que eu vejo aqui é uma tragédia anunciada. Isso não é um acidente, é um crime”, disse. A investigação também apurou que o local já havia sido alvo de uma ação de despejo, movida pela União, mas foi reocupado após a primeira reintegração de posse.

+ União diz que era dona do prédio, mas que invasão ocorreu quando estava cedido à Prefeitura

Ainda em 2015, o MPE requisitou informações à Prefeitura e pediu que o Corpo de Bombeiros fizesse uma vistoria “com o objetivo de verificar as condições de segurança e se realmente existia algum risco para quem mora no local ou o frequenta, inclusive a possibilidade de desabamento”.

+ Moradores dizem que pagavam ‘aluguel’ a movimento de moradia

A investigação teve seu prazo de conclusão prorrogado por quatro vezes, trocou de promotor e foi finalizada apenas em março deste ano, sem nenhuma conclusão. A recomendação foi pelo arquivamento. Atualmente, o processo está no Conselho Superior do MP, que pode aceitar o arquivamento ou devolver o processo para a promotoria de Habitação.