Publicado em: 14 de junho de 2018
A Polícia Federal considera que foram encontrados “indícios suficientes de materialidade e autoria” para configurar uma tentativa do presidente Michel Temer de comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do operador Lúcio Funaro no relatório final da Operação Cui Bono, que investiga irregularidades na Caixa Econômica Federal. A PF acredita que o presidente incentivou Joesley Batista a manter pagamentos a Cunha e Funaro, que estavam presos, para que os dois não fizessem acordos de delação premiada. A acusação da PF é baseada na delação premiada do empresário Joesley Batista, da J&F e do áudio gravado pelo empresário com Temer no Palácio do Jaburu. Joesley disse, em depoimento, que teria repassado R$ 5 milhões para Cunha depois que ele foi preso em 2016 como “saldo de propina”. O empresário “asseverou que deu ciência a Michel Temer” sobre os pagamentos, deixando claro que “se destinavam a garantir o silêncio” dos dois, “ao que sua Excelência (Temer) teria recomendado a manutenção de tais repasses”, afirma o relatório. Uma denúncia foi realizada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente por conta desse caso, mas foi barrada pela Câmara dos Deputados. O processo voltará a tramitar quando Temer terminar seu mandato.