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Trump oferece ajuda dos EUA aos manifestantes no Irã. O que isso significa?


Publicado em: 3 de janeiro de 2018


© REUTERS/ Francois Lenoir

Desde o último dia 28 de dezembro, o Irã sofre uma onda repentina de protestos, a maior desde que manifestantes invadiram as ruas contrários à reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad. A origem das manifestações de 2017 e as declarações de Trump parecem indicar o desenho da política externa norte-americana na agitação do Oriente Médio.

As ruas da capital iraniana, Teerã, foram ocupadas por manifestantes após a replicação de um vídeo nas redes sociais em que forças de segurança pública são vistas abrindo fogo contra civis. No entanto, de acordo com a rede de notícias Al-Jazeera, as imagens replicadas são de 2009, postadas na internet em 2011.

Ainda segundo a CNN, ao contrário dos protestos contra Ahmadinejad que focavam em esclarecer fraudes eleitorais, os atuais não possuem liderança clara e objetivos fixos. O canal de TV norte-americano noticiou que os encontros têm reunido poucos milhares de manifestantes, conduzidos por líderes religiosos que usam das queixas da população relativas à economia para desestabilizar o governo “moderado” de Hassan Rouhani.A origem das notícias falsas não foi precisada, o que motivou Teerã a bloquear todas as redes sociais do país alegando motivos de segurança.

Apoio dos EUA

Na manhã desta quarta (3), o presidente Donald Trump usou o Twitter para demonstrar “respeito pelas pessoas do Irã que lutam contra um governo corrupto”. O mandatário estadunidense aproveitou a oportunidade para prometer “grande apoio dos Estados Unidos” em época apropriada.

​Anteriormente, o Departamento de Estado já tinha divulgado nota em que dizia estar “acompanhado os relatos de protestos pacíficos por cidadãos iranianos em todo o país” e afirmar que os EUA “condenam veementemente a prisão de manifestantes pacíficos” e instam “todas as nações a apoiarem publicamente o povo iraniano e suas demandas por direitos básicos e o fim da corrupção”.

Em resposta aos tweets de Trump, Rohani afirmou que “as pessoas são absolutamente livres para criticar o governo”, acrescentando que os protestos devem ser realizados de modo a provocar melhorias no país. O presidente iraniano também criticou Donald Trump.

“Este homem que simpatia hoje com o nosso povo esqueceu que chamou a nação iraniana de terrorista há alguns meses. Esse homem que está contra a nação iraniana no seu núcleo não tem o direito de simpatizar com os iranianos”, disse, completando que o Irã não precisa da “simpatia” de Trump”.

Oposição

Combater a política iraniana em curso é uma promessa de campanha de Donald Trump. Anteriormente, o republicano usou seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas para avaliar o governo do Irã, dizendo que “regimes opressivos não podem durar para sempre e chegará o dia em que o povo iraniano enfrentará uma escolha”.

Enquanto isso, protestos anti-governamentais foram “respondidos” por manifestações pró-governo maciças no sábado. Reuniões em apoio ao governo foram realizadas em cerca de 1.200 cidades e cidades do Irã, incluindo a capital, Teerã e a segunda cidade mais populosa do país, Mashhad.