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Guaidó volta a convocar protestos e vice-presidente promete petróleo por cooperação russa


Publicado em: 3 de março de 2019


 

Retorno de líder oposicionista à Venezuela está previsto para segunda, 4; Delcy Rodríguez tem se reunido com autoridades russas

O líder oposicionista da Venezuela, Juan Guaidóvoltou a convocar protestos ao anunciar seu retorno ao país. Desta vez, ele estabeleceu um horário: às 11 horas (meio dia no horário de Brasília) da segunda-feira,

O anúncio foi feito via Twitter neste domingo, 3. “[Fiquem] Atentos às redes sociais, estaremos informando os pontos de concentração.”

Na última semana, ele visitou o Brasil, Colômbia, Paraguai e Argentina, onde foi recebido com honras de chefes de estado. A última parada foi o Equador.

Reconhecido como presidente interino por mais de 20 países, Guaidó retorna à Venezuela após ter desobedecido uma ordem judicial que o proibia de deixar o território nacional. Há a possibilidade de que ele seja preso por violar a proibição.

Não se sabe, porém, os detalhes sobre como pretende retornar ao país nem o momento exato de sua chegada.

Intervenção militar

A convocatória de Guaidó aconteceu no mesmo dia em que a presidente do Senado russo, Valentina Matviyenko, se reuniu com a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, a quem garantiu que Moscou fará tudo o que estiver ao alcance para impedir uma intervenção militar dos Estados Unidos no país latino-americano.

Matviyenko entregou a Rodríguez uma versão em espanhol da declaração aprovada pelo Senado russo que adverte aos Estados Unidos que qualquer intervenção na Venezuela seria interpretada como um “ato de agressão” e convoca a comunidade internacional a apoiar o diálogo no país latino-americano.

“Nos preocupa em grande medida que os Estados Unidos possam realizar qualquer provocação para causar derramamento de sangue e encontrar assim uma desculpa e um motivo para intervir na Venezuela. Mas nós faremos o possível para que isso não ocorra.”

Venezuela’s Foreign Minister Delcy Rodriguez, addresses the 28th Session of the Human Rights Council at the United Nations in Geneva March 3, 2015. REUTERS/Pierre Albouy (SWITZERLAND – Tags: POLITICS)

Vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, na época em que era ministra das Relações Exteriores, durante Conselho de Direitos Humanos da ONU de 2015 em Genebra Foto: Pierre Albouy/ Reuters

A senadora ainda chamou de “grosseira violação do direito internacional e dos estatutos da Organização das Nações Unidas (ONU)” as tentativas de “derrubar ilegalmente o atual presidente” e “a nomeação como chefe do país de um político opositor no exterior”.

Matviyenko afirmou que na lista de países nos quais os EUA pretendem provocar mudanças de poder por meios ilegais estão Cuba e Nicarágua.

Na sexta-feira, 1, a vice-presidente da Venezuela se reuniu com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Viacheslav Volodin. Delcy Rodríguez afirmou que Caracas está disposta a trocar petróleo pela cooperação com a Rússia em matéria de energia, armamento, tecnologia e finanças.

“A Rússia tem tudo o que a Venezuela necessita. Por sua vez, a Venezuela pode dar o petróleo que a Rússia precisa”, afirmou a vice-presidente.

Depois de se reunir com Lavrov, Rodríguez anunciou a transferência para Moscou do escritório da companhia estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) que fica em Lisboa e revelou as instruções do presidente Nicolás Maduro para adquirir na Rússia os alimentos e remédios que os venezuelanos necessitam.

A vice-presidente também antecipou a criação de um grupo na ONU, por iniciativa dos dois países, que se dedicará a defender os princípios do direito internacional.

 

Por Estadão