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Países europeus reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela


Publicado em: 4 de fevereiro de 2019


 

Espanha, Alemanha, Reino Unido, França, Suécia, Dinamarca, Áustria, Holanda e Portugal reconheceram a liderança de Juan Guaidó. No domingo, terminou o ultimato que vários países tinham dado para que Nicolás Maduro convocasse eleições.

 

 

Espanha, Alemanha, Reino Unido, França, Suécia, Dinamarca, Áustria, Holanda e Portugal reconheceram nesta segunda-feira (4) Juan Guaidócomo presidente interino da Venezuela. As declarações de apoio acontecem após o fim do prazo dado por vários países europeus para que o presidente Nicolás Maduro convocasse eleições presidenciais no país.

Na quinta-feira (31), o Parlamento Europeu já tinha reconhecido o líder oposicionista como presidente e tinha pedido para que os países da União Europeia fizessem o mesmo. O bloco europeu fez um apelo por eleições “livres e credíveis” na Venezuela, mas não fez uma referência direta à iniciativa de Guaidó de se autodeclarar presidente para conduzir um governo de transição.

 

 

Juan Guaidó, eleito presidente da Assembleia Nacional, autodeclarou-se presidente interino durante uma grande manifestação da oposição em Caracas, em 23 de janeiro, e ganhou o reconhecimento de várias nações, como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Brasil e outras nações latino-americanas.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pediu para que Guaidó convoque as eleições “no menor tempo possível”.

O governo britânico afirmou que o “povo venezuelano merece um futuro melhor” e que o governo analisa sanções contra a Venezuela.

“Eles sofreram o suficiente e o regime de Maduro deve acabar. É hora de eleições livres e justas. Estamos analisando quais medidas adicionais podemos tomar para garantir a paz e a democracia na Venezuela, inclusive por meio de sanções”, disse o porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o povo venezuelano tem o direito de se expressar “livre e democraticamente”. “França reconhece @jguaido como ‘presidente encarregado’ de implementar um processo eleitoral”, declarou no Twitter.

Rever relações

 

O governo de Maduro afirmou que vai rever as relações bilaterais com países-membros da União Europeia que declararam apoio a Guaidó.

O governo venezuelano “expressa sua rejeição mais enérgica da decisão adotada por alguns governos europeus, na qual eles se submetem oficialmente à estratégia do governo dos EUA para derrubar o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro”, disse o governo em comunicado, segundo a Reuters.

“É o roteiro dos gringos (Estados Unidos), e é o roteiro que a Europa segue hoje. Talvez reflitam. Deram passos em falso, mas não nos perturba, não nos distraem, porque nós sabemos quem está tomando as decisões”, sustentou o chanceler de Maduro, Jorge Arreaza.

Ultimato europeu

Seis países europeus (Alemanha, Espanha, França, Holanda, Portugal, Reino Unido) tinham dado até até domingo (3) para Maduro convocar uma nova eleição presidencial.

Faltando pouco para o término do prazo dado pelos países europeus, Maduro descartou essa possibilidade.

“Por que a União Europeia tem que dizer a um país do mundo que já fez eleições que deve repetir suas eleições presidenciais, por que não foram vencidas por seus aliados de direita?”, indagou Maduro.

O presidente venezuelano insiste na sua proposta de organizar apenas eleições antecipadas para o Parlamento, que desde 2016 é controlado pela oposição.

Em agosto de 2017, em uma estratégia para driblar a oposição do Parlamento, Maduro instaurou, Assembleia Constituinte (formada apenas por chavistas) para assumir os poderes legislativos.

Em 2019, o Parlamento elegeu Juan Guaidó como seu presidente e declarou Maduro “usurpador”, mas teve seus atos anulados pelo Tribunal Supremo de Justiça, que apoia o governo.

 

Apesar da crescente pressão internacional, Maduro conta com o apoio das Forças Armadas. No fim de semana, porém, o general da divisão de Aviação venezuelana, Francisco Yánez, declarou apoio a Guaidó e se converteu no militar na ativa de mais alto escalão a reconhecer o autodeclarado presidente interino.