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Passaporte para Liberdade: “É um convite à ação”, diz Sophie Charlotte sobre nova série da Globo


Publicado em: 21 de dezembro de 2021


Também estrelada por Rodrigo Lombardi, a trama reconstitui a vida de Aracy de Carvalho, brasileira que driblou o nazismo ao organizar a fuga de judeus para o Brasil.

 

Diz-se que o povo brasileiro tem memória curta – ainda mais quando se trata de lembrar sua própria história e seus heróis. Entre as diversas figuras que acabaram esquecidas com o tempo está Aracy de Carvalho, personagem principal de Passaporte para Liberdade. Estrelada por Sophie Charlotte e Rodrigo Lombardi, a nova minissérie da Globo é baseada na trajetória real da brasileira que, durante a Segunda Guerra Mundial, conseguiu salvar muitos judeus do Holocausto ao facilitar a emissão de vistos para o Brasil. A estreia acontece na segunda-feira (20), como parte dos especiais de fim de ano da emissora.

“Sempre digo que as histórias procuram seus contadores”, observou o diretor artístico Jayme Monjardim durante a coletiva de imprensa virtual que aconteceu no último dia 10. Conhecido por trabalhos como o filme Olga e a minissérie Maysa – Quando Fala o Coração, Monjardim se emocionou ao comentar a missão de levar a vida de Aracy para a telinha. “Fico feliz de ter sido escolhido para contar histórias femininas tão importantes ao longo de minha carreira. E o fato de Passaporte para Liberdade estrear em dezembro nos faz pensar como é bom mostrar o exemplo de alguém que ajudou os outros sem pedir nada em troca.”

“Estamos em um momento de reflexão muito grande, e essa história chega com a seguinte mensagem: ‘olha quantas coisas podem estar acontecendo ao nosso lado sem que a gente saiba'”, completou Monjardim.

SOBRE O QUE É PASSAPORTE PARA LIBERDADE?

Primeira produção da Globo em parceria com a Sony Pictures Television, a minissérie acompanha Aracy de Carvalho (Sophie Charlotte), uma mulher forte, determinada e, acima de tudo, justa. Em 1935, divorciada de seu primeiro marido e com um filho pequeno, ela vai para a Alemanha em busca de trabalho e arranja uma vaga no consulado brasileiro de Hamburgo, no setor de passaportes.

A trama se desenvolve a partir da convocação de João Guimarães Rosa (Lombardi) para ocupar o cargo de cônsul-adjunto do Brasil na cidade alemã. Logo em seu primeiro dia, o homem que viria a escrever o clássico “Grande Sertão: Veredas” conhece Aracy – e se encanta por ela na mesma hora. Com o passar dos dias, João percebe que a funcionária esconde algo e decide questioná-la.

Aracy então lhe explica que tem se encontrado com judeus às escondidas para tirá-los do país antes que caiam nas mãos do regime nazista. A princípio, João hesita em entrar para o esquema, mas logo se convence de que é o certo.

A beleza e a simplicidade de Aracy chamam a atenção não só do cônsul-adjunto – que vira seu aliado no amor e na missão secreta –, mas também de um importante capitão da SS, a tropa de elite de Adolf Hitler. O nazista Thomas Zumkle (Peter Ketnath) fica obcecado por descobrir o segredo da protagonista e começa a seguir todos os seus passos. Além de incomodarem Aracy, as frequentes investidas de Zumkle vão colocar em risco todo o suporte que ela oferece aos judeus.

“Tive a ajuda da roteirista inglesa Rachel Anthony para contar a história dessa mulher tão importante”, revelou o criador e autor Mário Teixeira durante a coletiva. “Ela, que era conhecida como a viúva do Guimarães Rosa, passa a ter uma voz. Os atos dela transcenderam o trabalho de funcionária e se transformaram em uma saga humanitária. Espero que, a partir de hoje, Aracy passe a ser conhecida pelo seu próprio nome.”

Por Lucas Leone